Aqui nós celebramos a chegada da Primavera em 140m2 de instalação, dentro de um shopping. Para transportar o público da vida cotidiana para esta travessia extraordinária – no sentido de extrapolar o ordinário do cotidiano – usamos 16 mil metros de fios de algodão e muitas, muitas palavras – nenhuma delas gratuita. Eram sentimentos, atributos, reforços que nós, mulheres, precisamos ofertar a nós mesmas na caminhada de conscienização deste corpo feminino. Realizamos um estudo sobre as tramas indígenas e convidamos uma equipe de mulheres negras e trans para, juntas, fiarmos as paredes de um grande túnel de acolhimento, em dégradée de tons de amarelo, assim pensado para falar às pessoas da exuberância da vida, que é tão solar. Se vou colher, o que quero semear na primavera, quando estou novamente disponível pra vida? O que quero ser, o que quero expandir? E que fios vou usar?