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220 Cartas de Amor

Cia Teatro Íntimo, Teatro São Pedro-RS, 2017
Texto: Renato Farias     
Direção: Rafael Sieg     
Cenário: Gigi Barreto     
Iluminação: Nara Maia 

Um rapaz e uma moça se apaixonam trocando cartas de amor, entre os anos de 1956 e 1962. Esta é a história real dos pais de Renato Farias, diretor artístico da Cia de Teatro Íntimo. O espetáculo 220 Cartas de Amor inspira-se em mais de 300 cartas trocadas por este casal e nos transporta a um tempo em que se aguardavam dias e dias por uma resposta a perguntas do tipo: “Com que vestido achas que devo ir?” ou “Será que podemos dizer de sã consciência que tudo vai bem entre nós?”. E nós, aqui no século XXI, perguntamos “será que fazemos ideia do que é cultivar o amor desta maneira?”. O amor... talvez seja este o mais inefável dos sentimentos... em qualquer tempo.

Nossa solução para esta cenografia foi limpar a caixa cênica. Retiramos todos os suportes que tradicionalmente ocultam, dentro do palco, maquinárias e estruturas de serviço. Criamos um imenso espaço nu. Eliminamos todos os artifícios que transformam o palco na caixa mágica que estamos acostumados a ver, ou seja, o palco que revela o cenário e esconde no escuro todo o resto que o sustenta. Não. Para este projeto o palco teve de ficar completamente descarnado porque para se viver o amor não há artifícios, não cabem subterfúgios. O verdadeiro amor é infinito e é também muito real. Dentro este infinito colocamos muitos feixes de papel, tantos!, espalhados de tantos jeitos e perspectivas, quanto são inúmeros os jeitos de sentir e expressar o amor, tanto quanto os eternos seis anos em que este casal trocou centenas de cartas. Como um horizonte no limite do mar sem fim, nossa inspiração foi o “amor que não se mede”. Também colocamos tiras gigantes de papel, suspensas na vertical, dispostas em vários planos, e nelas projetamos fotos de diversos momentos da vida do casal, fortalecendo a narrativa do espetáculo, além de imagens originais de algumas das 220 cartas. No total, foram duas toneladas de papel utilizadas para nos ajudar a trazer o indizível. O papel... este que, se não existisse, não teria sido possível a construção da história de amor entre o pai e a mãe de Renato.

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