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Awure
Teatro Rival / Turnê - RJ, 2019
Direção: Anderson Quack
Iluminação: Valmyr Ferreira
Figurino: Betina Silveira
Cenário: Gigi Barreto
Fotógrafa: Carolina Merat
Awure é um ritual contemporâneo, uma reverência aos cânticos africanos que, em solo brasileiro, transformam-se no Candomblé e este, por sua vez, torna-se a semente originária do samba. Neste projeto, deslocamos o show Mãe África de um quintal em Madureira para o palco do Teatro Rival, localizado no Centro da cidade – e o foco do nosso cuidado aqui foi preservar a dimensão do Sagrado, tão potente neste trabalho. Da roda de Candomblé, Awure puxa a roda do samba, não sem antes ofertar a Exu a abertura do show. Awure significa “boa sorte”, em Yoruba. Sorte foi a nossa de criar este cenário: 19 cabaças no alto dão contorno a um céu de forte simbolismo, a cabaça é o formato do mundo, é a mulher grávida que recebe a vida, é o início de tudo, é onde se bebe água, fonte de todas as vidas. A cabaça é também instrumento musical. Abaixo delas, conectando céu e terra, os músicos alinham-se ao semicírculo que vem do alto e pisam em solo ancestral: nas folhas trazidas do sagrado quintal de Madureira – o bairro que é símbolo da resistência negra na cidade do Rio de Janeiro.
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